segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Projeto #Rio365_arte. Foto da obra O GRANDE AZUL de Suzana Queiroga, escolhida para integrar o projeto #Rio365



Tirei com celular esta foto do trabalho 'O Grande Azul' da artista Suzana Queiroga e ela foi escolhida pelos Curadores do Projeto #Rio365, missão #Rio365_arte, no Instagram para integrar o projeto. Este  será o primeiro documentário de uma cidade produzido via Instagram. Uma foto por dia durante 365 dias, com edição de um catálogo no final do projeto. 

domingo, 29 de julho de 2012

(IN)VISIBILIDADE exposição individual JUL/12

(IN)VISIBILIDADE, exposição da artista visual IVANI PEDROSA, apresentada no período de 26/06 a 27/07/12 na Galeria Maria de Lourdes Mendes de Almeida do Centro Cultural Candido Mendes, Ipanema,RJ.
Nesta mostra, com curadoria de MARISA FLÓRIDO, foram apresentadas obras em fotografias, múltiplos interativos, esculturas, desenhos e instalação. Os trabalhos interrogam a imagem na sociedade do controle e do espetáculo, a invisibilidade causada pelo afluxo de imagens, pela comercialização do visível, pelo controle exercido pelas câmeras de vigilância e dispositivos similares, que acarretam um desvalor à imagem e uma crescente narcose, indiferença e cegueira do olhar.
Questiona também o ‘narcisismo’ do mundo contemporâneo, o que seria a imagem oferecida por um ‘Narciso’ atual que se debate entre o desejo de ver e a pulsão de exibir.






                                           Vista da exposição (porta de entrada).

                                           Lado Esquerdo da exposição
                                           Lado esquerdo da exposição                                        

 
                                            Lado direito da exposição

                Vista da exposição (da vitrine para o interior com a projeção em tempo real ao fundo).

                                            Vista do lado direito da exposição.

        

                                                             



  "MONADONA"  2006, objeto interativo da série "Imagem Amplificada".


                           

      
                                                        "AUTORRETRATO" 2009, 
                                              Objeto instalativo da série 'Imagem Amplificada'.



                                "SOIS VÓS?" 2010, objeto interativo da série 'Imagem Amplificada'.
 
                                                    "SOIS VÓS?" vista lateral        

                                 
              "VEROSSIMILIDADE?" 2010, Instalação interativa da série 'Imagem Amplificada'.
                                                                           Vista frontal                          

     "VEROSSIMILIDADE?" 2010, vista geral da instalação com a projeção em tempo real ao fundo.


     "PAISAGEM POSSÍVEL"  2012 da série 'Controle';  desenhos com grafite em pó sobre papel canson A3.                                                                      



                 "DI SUA PROPRIA MANO" 2012, objeto interativo da série 'Controle'.




                  "DONA DO TEMPO" 2011, múltiplo interativo 5/5 P.A. 3 da série 'Controle'



                           "OBRA MAQUETE" 2011, múltiplo interativo 2/2 da série 'Controle'





                            "PONTO CERTO" 2011 da série 'Controle'; fotografias p&b.


    "PAISAGEM POSSÍVEL" 2012 da série 'Controle';  desenhos com grafite em pó sobre papel canson A4. 


(In)visibilidade

Nas duas séries de trabalhos que Ivani Pedrosa reúne nesta exposição – ‘Imagem Amplificada’ e ‘Controle’ — percebemos estratégias diferentes quanto ao engajamento do espectador na obra. Por um lado, seu lugar é deslocado e sua imagem é capturada, fraturada, deformada e refletida inúmeras vezes por dispositivos diversos: de espelhos a vidros e placas de acrílico bisotadas, de câmeras de vigilância a painéis eletrônicos, de sensor de presença a transmissão sonora.  Por outro, o espectador é convidado a interagir, a alterar a ordem das imagens, das estações e dos tempos, a ter a (ilusória) sensação de controle sobre os processos e os devires.

Com técnicas variadas (de desenho a vídeos, de fotografias a computadores e instalações sonoras), estes trabalhos refletem os dispositivos de poder que, operando de modo interiorizado, investem sobre a sensibilidade: precipitam-se sobre as formas de vida e as subjetividades, modelando-as; incidem sobre o desejo e a linguagem, os corpos e a percepção, as relações e os saberes. Uma sociedade sob a vigilância de técnicas de controle que, cada vez mais internalizadas, introduzem um estado de permanente consciência e visibilidade, como supôs Gilles Deleuze. Uma sociedade espetacularizada, em que a imagem ocupa, invade e media a vida social, como presumiu Guy Debord.

Entre a vigilância extrema de uma e a exposição compulsiva da outra, Ivani interroga a visibilidade e o campo de forças invisíveis que a controlam, seu monopólio, sua asfixia.  Por isso os trabalhos interrogam a noção de presença, a construção e desconstrução da imagem, factual e múltipla, que cada um oferece ao outro. Mas, principalmente, colocam, ao espectador, a exigência de uma reflexão sobre seu desejo de se fazer imagem (de mostrar e ser visto); sobre o que ele é convocado a testemunhar e a expor, sobre o lugar e a responsabilidade desse testemunho e dessa exposição.

Em seus enlaces etimológicos, espelho (speculum), espectro (spectrum, imagem, fantasma) espectador (spectator) possuem a mesma raiz. Se a dimensão reflexiva é a apresentação para alguém, abertura de um espaço virtual no qual se reflete um mundo como também um suposto ‘eu’ em busca de sua imagem, essa imagem, todavia, não lhe pertence. Por isso o mito de Narciso (em que Alberti viu a gênese da pintura) apaixonado pelo próprio reflexo, mas sem nele se reconhecer, torna-se paradigmático.

Se a imagem especular não existe em si, apenas para outro, possuindo algo de outro, entre a percepção de nossa imagem e nosso reconhecimento nela há sempre uma distância, um intervalo. Ivani Pedrosa perscruta esse intervalo entre a tensão interna de cada ser se fazer imagem, desejar ser e existir (para e como outro), e sua apropriação e exibição disseminadas. Afinal, com a profusão e facilidade de acesso às tecnologias portáteis, como celulares, filmadoras digitais e computadores, a percepção e a diferença entre quem produz e recebe as imagens, entre o que é visto e vivido, ou antes, entre o que é mostrado e vivido, tornam-se cada vez mais difusas. O que suscitará então a supressão dessa distância e desse espaçamento?
                                                                                                                               Marisa Flórido Cesar



TRADUÇÃO DE MARTHA MORAES
(IN)VISIBILITY
By  Marisa Flórido
In this exhibition Ivani Pedrosa brings two series of work  - 'Amplified Image' and 'Control' - where we can perceive different strategies engaging the viewer in it. In one ihand the viewer's place is shifted and his image is captured, fractured, distorted and reflected many times through many different devices: from mirrors to glasses and acrylic sheets "bisotée', from surveillance cameras to electronic screens, from sensors of presence  to sound transmission . In the other hand the viewer is invited to interact with the work, modifying the order of images, of seasons and times to have a (illusory) sense of control over the processes and the possibilities.
 Through a  variety of techniques (from drawing to videos, from photographs to computers and sound installations ), operating in an internalized mode, these works reflect the power devices investing on one's sensibility : they precipitate over life forms and subjectivities, modeling them; intervene on desire and language, on bodies and perception, on relationships and on insights. A society under the supervision of control techniques increasingly internalized, introduces a state of constant awareness and visibility, as supposed by Gilles Deleuze. Guy Debord, proposes that, in a "spetacle oriented" society,  the image occupies, invades and mediates social life, .
 Between the extreme vigilance of one and the compulsive exposure of the other, Ivani questions the visibility and the field of invisible forces that control visibility, its monopoly, its suffocation. Consequently the works question the notion of presence, the construction and deconstruction of the image - factual and multiple - that each one offers to the other. Moreover, the works present to the viewer a requirement of a reflection on his desire to make himself image (to show and be seen), on what he is summoned to testify and to expose, on the place and responsibility of this testimony and this exposition.
 In its etymological entwinings, mirror (speculum), spectrum (spectrum, image, phantom) spectator (spectator) have the same root. If the reflexive dimension is to be presented to someone, the opening of a virtual space where a world is reflected - as well as a supposed "self" in search of his image - that image, however, does not belong to him. So the myth of Narcissus (in which Alberti saw the genesis of the painting) in love with his own reflection but without recognizing himself in it, becomes paradigmatic.
 If there is not a mirror image in itself  but only for the other, possessing something from the other, between the perception of our image and our recognition in it, there is always a distance, an interval. Ivani Pedrosa scrutinizes this gap between the inner tension of each been to make itself image, to wish to be and to exist (to and as other), and its appropriation and extended exhibition. Finally, with the abundance and easyness of access to portable technologies as mobile phones, digital camcorders and computers, the perception and the difference between who produce and receive the images, between what is seen and what is lived, or rather ,between what is shown and what is lived become increasingly difused. What then will incite the suppression of this distance and this spacing?